Mas a noite de hoje me fez pensar no passado. Meu passado. O passado dele. O passado de toda gente. Entro silenciosamente na penumbra da catedral. Uma luz fraca vinda de não sei onde do elevado teto em arcos torna-me um tanto cosnciente dos vultos mudos que passam por mim como se estivessem só de meias. Ninguém conversa. apenas o canto gregoriano vindo do extremo da longa nave gótica interrompe o silêncio.
Todos os olhos focalizam a simples cruz suspensas sobre o altar. A luz lá em cima brilha diretamente sobre a cruz. Se não fosse por ela, tudo estaria escuro.
"Aquele que é a palavra tornou-se carne e viveu entre nós..." (João 1:14). O cântico continua, ecoando pelo teto abobadado. O que siginifica isso para mim - essas simples tábuas de madeira cruzadas ao meio?
Estou no meio de uma metrópole agitada, que cresce verticalmente. Mas hoje a noite eu paro, estudo a cruz e me ajoelho envergonhada por me esquecer das coisas tão depressa. Esta cruz, como um anel de noivado, prende-me para sempre com amor. Eu sou amada. Sou amada o bastante para que houvesse uma execução romana sobre uma colina rochosa em forma de caveira.
"... podes despedir em paz o teu servo" (Lucas 2:29). As vozes do coro crescem um pouco. A luz diminui. As formas mudas que me cercam começa a andar. Lanço um último olhar para a madeira pendente e percebo que devo voltar muitas vezes. Que tragédia afastar-se da cruz!
Eu me aconchego em meu casaco e saio para uma noite chuvosa de Seattle. A volta à cruz me compele a sair dali, porque a cruz me aponta o mundo lá fora. Sou amada, sim, mas eles também são. Vejo as luzes de milhares de pessoas na cidade lá embaixo. Que tragédia elas não conhecerem a cruz. Tenho de voltar à cruz por amor a elas, como também por minha causa.
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Obrigada Sra. Ruth por expressar meus sentimentos nestas palavras.
Obrigado Jesus por nos amar desta forma tão profunda.