terça-feira, 29 de junho de 2010

Noites chuvosas e cruzes de madeira - Ruth Senter


"Nós temos nos afastado da cruz. Em nossa sociedade educada e sofisticada não há nenhum lugar para simples tábuas de madeira que se cruzam ao meio. Presto pouca atenção nos símbolos que dominavam o entardecer da Páscoa dois mil anos atrás. Alimento meus filhos, faço compras e dirijo até o correio, mas não penso muito sobre a maneira romana de execução nem nas colinas rochosas com formato de caveiras. A vida é moderna demais para sentimentalismos arcaicos.
Mas a noite de hoje me fez pensar no passado. Meu passado. O passado dele.  O passado de toda gente. Entro silenciosamente na penumbra da catedral. Uma luz fraca vinda de não sei onde do elevado teto em arcos torna-me um tanto cosnciente dos vultos mudos que passam por mim como se estivessem só de meias. Ninguém conversa. apenas o canto gregoriano vindo do extremo da longa nave gótica interrompe o silêncio.
Todos os olhos focalizam a simples cruz suspensas sobre o altar. A luz lá em cima brilha diretamente sobre a cruz. Se não fosse por ela, tudo estaria escuro.
"Aquele que é a palavra tornou-se carne e viveu entre nós..." (João 1:14). O cântico continua, ecoando pelo teto abobadado. O que siginifica isso para mim - essas simples tábuas de madeira cruzadas ao meio?
Estou no meio de uma metrópole agitada, que cresce verticalmente. Mas hoje a noite eu paro, estudo a cruz e me ajoelho envergonhada por me esquecer das coisas tão depressa. Esta cruz, como um anel de noivado, prende-me para sempre com amor. Eu sou amada. Sou amada o bastante para que houvesse uma execução romana sobre uma colina rochosa em forma de caveira.
"... podes despedir em paz o teu servo" (Lucas 2:29). As vozes do coro crescem um pouco. A luz diminui. As formas mudas que me cercam começa a andar. Lanço um último olhar para a madeira pendente e percebo que devo voltar muitas vezes. Que tragédia afastar-se da cruz!
Eu me aconchego em meu casaco e saio para uma noite chuvosa de Seattle. A volta à cruz me compele a sair dali, porque a cruz me aponta o mundo lá fora. Sou amada, sim, mas eles também são. Vejo as luzes de milhares de pessoas na cidade lá embaixo. Que tragédia elas não conhecerem a cruz. Tenho de voltar à cruz por amor a elas, como também por minha causa.
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Obrigada Sra. Ruth por expressar meus sentimentos nestas palavras.
Obrigado Jesus por nos amar desta forma tão profunda.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

¶ [Salmo de Davi para o músico-mor] - Salmo 19


1 - Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
Observe-o a noite, observe-o ao entardecer, ao amanhecer, quando está azul, quando está cinza, quando está cheio de nuvens pesadas e carregadas... de todas as formas mostra o poder de quem o pintou, cheio de nuances, cheio de esplendor e força.


2 e 3 - Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite. Não há linguagem nem fala onde não se ouça a sua voz.
Um dia anuncia o outro, uma noite fala da outra, podemos não ouvir nenhuma palavra, mas através da sua plenitude, ouvimos o seu sussurrar, o seu agir, a sua força. Como diz a letra de uma música que cantávamos: “Podes tu ouvir o som que vem do céu? Proclamando glória, aleluia ao Grande Rei...”


4 e 5/6 - A sua linha se estende por toda a terra, e as suas palavras até ao fim do mundo. Neles pôs uma tenda para o sol, o qual é como um noivo que sai do seu tálamo, e se alegra como um herói, a correr o seu caminho. A sua saída é desde uma extremidade dos céus, e o seu curso até à outra extremidade, e nada se esconde ao seu calor.
Imagino o sol saindo pela manhã dos seus aposentos, lindo, radiante, sua luz vai de um extremo ao outro e nada pode se esconder de sua presença.
Lembro-me de Jesus e penso assim é sua presença em nós, chega de mansinho e vai tomando conta de tudo, nada pode fugir de seu calor, de seu amor, por mais que tentemos nos esconder não podemos.

Me lembrei deste salmo porque pensava sobre louvor, sobre adorar a Deus.
Tantos fazem distinção: louvor profético, louvor de adoração, louvor de celebração, louvor com dança, louvor com cânticos; nossa são tantos!
Mas este salmo, para minha surpresa, diz no começo salmo de Davi para o músico, porque será que ele escreveu assim?

Será porque em cada pequeno raio de sol podemos ver o louvor a Deus?

Será porque quando as folhas agitam as árvores podemos ver louvor a Deus?

Será porque quando o sol raia com todo esplendor engrandece o nome do Senhor?

Será porque quando paramos diante de tanta majestade não ouvimos nenhum som mas sentimos toda a grandeza de Deus?

Será porque numa obra tão majestosa podemos ver a singeleza de um Deus tão grande e amoroso?

Será porque numa obra tão grandiosa podemos ver o cuidado de Deus nos mínimos detalhes?

Quando paro assim, sinto vontade de sair pulando e saltando e louvando e engrandecendo o seu eterno amor, a sua infinita misericórdia... até hoje neste dia chuvoso, frio, que parece triste sinto a presença doce e confortadora do meu Deus. Como não agradece-lo ainda que tudo esteja cinza?

Óh Deus que meu coração seja livre como os dias, as noites, os ventos, as chuvas e o sol que tu fez... que com toda liberdade e paixão eu possa te dar louvor por ter me criado e soprado em mim o teu fôlego de vida... que como a brisa suave que invade minha sala ao abrir a janela... o meu louvor suba à tua presença como um cheiro suave de gratidão por tamanha bondade comigo.

Beijos.
By Bel.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

"O perdão não faz com que a outra pessoa esteja certa!
Faz com que VOCÊ seja LIVRE."