Este foi o versículo que recebi no último domingo. Como explicar que alguém possa trazer estas pequenas linhas, sem saber pelo que estou passando? Como explicar que esta foi uma resposta, uma confirmação de muitos meses de questionamentos, apreensões e indecisões? Somente Deus poderia fazer isso... e Ele fez. Fez porque conhece o meu coração, conhece os desejos que ardem dentro Dele e sabe exatamente do que preciso.
"Esqueçam o que se foi; não vivam no passado. Vejam, estou fazendo uma coisa nova! Ela já está surgindo! Vocês não o percebem? Até no deserto vou abrir um caminho e riachos no ermo. Isaías 43:18-19
Como muitos sabem por alguns anos sou líder do Min. De Dança em nossa igreja. Amo adorar a Deus através da minha dança. Foi através dela que o Senhor me tratou, me restaurou em muitas áreas e me deu liberdade: nos meus movimentos, em minha forma de expressar e muitas outras coisas. Mas há uns dois anos recebi uma orientação de que estava chegando o momento de mudar, deixar este ministério e ir por outros caminhos. Confesso que não gostei de ouvir isso (mesmo sentindo lá no fundo do meu ser que era verdade) e não tomei nenhuma atitude prática para que as mudanças necessárias acontecessem. O ano passou, outro chegou e conversei com as meninas da dança explicando que meu tempo estava terminando; agora meu coração não doía mais ao falar nisso, pois algo estava operando dentro de mim. Mais uma vez nada prático foi feito e mais um ano passou. Começamos este ano e eu me sentia perdida, pois de fato não estava mais fazendo nada pelo Ministério de Dança, sem sonhos nem projeto algum eu tinha. Neste mês fomos a um Congresso de Missões em Piçarras e nem sei dizer em qual momento exato minha ficha caiu! Eu precisava decidir e desistir do que não era mais “meu”! No domingo conversei com a Schirley, minha sucessora no ministério e abri meu coração: deu o meu tempo, chegou o seu. Deus ministrou em meu coração que enquanto eu permanecesse ali, ela não floresceria e nem eu. Sei que Deus já a capacitou e ela só saberá isso quando estiver caminhando nessa estrada, assim como eu que devo trilhar outro caminho (ainda não tenho clareza sobre qual, mas Deus sabe e Ele vai dar jeito).
No outro final de semana tivemos nosso retiro de jovens e a palavra foi clara: temos que cumprir o propósito para o qual fomos chamados. Depois que conversei com meu marido, meu pastor (que claro já sabia que isso tinha de acontecer há mais de dois anos) e com a Schirley saiu um peso de cima de mim. Neste processo que poderia ter acontecido há um ano atrás entendi algumas coisas:
1 – Não é que Deus não queira mais a minha dança, Ele a ama. Mas Ele ama mais ainda a minha vida, e no meu processo de crescimento Ele tem coisas novas e preciso subir o degrau, preciso mudar o passo (e as vezes isso dói muito).
2 – Quando fico tempo demais aonde não devo estar (sabe quando você já tem certeza, mas como gosta muito não quer deixar?), morro por dentro, perco meu tempo e impeço o crescimento dos outros. Eu poderia ficar no ministério, mas este não é o tempo, pois dificilmente a Schirley se sentiria totalmente livre para fazer aquilo que ela tem de fazer.
Voltando ao começo deste post: no último domingo uma irmã me procurou e me disse o seguinte: que há algum tempo toda vez que me via parecia que um véu escuro me cobria, mas que naquele domingo (estávamos comemorando o aniversário da igreja) ela observou enquanto eu dançava (ainda sem a roupa da dança) que fiz um movimento que pareceu que correntes estavam arrebentando e após quando me virei eu estava livre, leve, com uma expressão radiante. E então ela me deu o versículo de Isaias. Posso dizer que realmente foi de Deus, pois nos últimos meses me sentia assim mesmo, meio presa, meio travada, até para louvar; e depois que tomei certas atitudes fiquei mais leve, mais livre. Quando resolvi obedecer e deixar o que precisava para trás, não viver das coisas do meu passado, elas não eram ruins, nem pecaminosas, apenas estavam me prendendo e impedindo que eu prosseguisse. Mas quando larguei elas, me senti livre, pronta pra prosseguir... A direção ainda não sei ao certo, mas como o motorista é o próprio Deus sei que me levará em segurança e me cuidará. Então eu vou.
Quanto à dança... continuo amandoooooo, mas em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua vontade.
Senhor a minha dança é tua, mas toda a minha vida e tudo que sou também é.
Faça como Tu queres!